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Foto do escritorRachel Freire

Glúten faz mal? Glúten engorda? Saiba o que a ciência nos diz sobre essa proteína

Atualizado: 14 de jun. de 2021


Algumas pessoas não podem mesmo consumir glúten. Será que é o seu caso? Aprenda se você deve evitar na sua dieta.


A ciência já comprovou que o glúten tem sim característica inflamatória e devemos evitar o seu excesso. Aprenda um pouco mais sobre essa proteína.



O que é glúten?


O glúten é uma proteína presente em alguns cereais como trigo, centeio, cevada e aveia. Portanto, qualquer alimento que contenha um desses cereais contém glúten.



Aveia tem glúten?


Sim, aveia contém glúten! Ainda existem discussões sobre a presença de glúten na aveia, pois sabemos que a estrutura desse glúten é um pouco diferente do glúten do trigo. Então depende da sensibilidade individual, algumas pessoas irão tolerar a aveia e outras não. Além disso, a aveia pode estar contaminada por trigo, pois eles passam pelos mesmos maquinários durante a colheita e processamento.


Muito cuidado, pois não existe aveia sem glúten como vendido no mercado. O que existe é aveia não contaminada com glúten de trigo.


Quais outros alimentos contém glúten?


O glúten é muito utilizado na indústria alimentícia devido à sua capacidade de formar uma massa elástica e viscosa, que depois de assada apresenta textura e sabor deliciosos. Assim, praticamente todos os pães, bolos, torradas, massas, biscoitos e os seus produtos contém glúten.

É importante ressaltar que o glúten muitas vezes encontra-se oculto em alguns alimentos. Por exemplo, ele pode ser utilizado como espessante e o xarope de malte, feito da cevada, como adoçante. Assim alguns molhos de soja, cerveja, sopas, embutidos e até alguns queijos podem conter glúten. É importante ler o rótulo e a lista de ingredientes. Para pessoas altamente sensíveis ao glúten, até mesmo a lista de ingredientes de cosméticos e maquiagens deve ser conferida.


Olho no rótulo!


Glúten faz mal? E qual o problema de comer glúten?


Cerca de 1% da população possui uma determinada susceptibilidade genética e desenvolve grave reação alérgica e inflamatória quando ingere glúten, uma desordem conhecida por doença celíaca. Os sintomas envolvem destruição das células intestinais causando diarreia, dor abdominal, deficiências nutricionais e desconfortos gastrointestinais. O único tratamento disponível é a completa exclusão do glúten. Apesar de aparentemente simples, a dieta sem glúten acarreta alto custo, limita a vida social e reduz a qualidade de vida dos pacientes celíacos.

Outras pessoas, cerca de 3 a 6% da população, apresentam uma doença recentemente descrita como sensibilidade ao glúten não-celíaca. Os sinais clínicos são diversos e envolvem dor e distensão abdominal, cefaleia, fadiga crônica, dores musculares, entre outros. No entanto, não há destruição das células intestinais e o diagnóstico não é bem estabelecido por exames. Pessoas com sensibilidade ao glúten, também devem excluir a proteína da alimentação e testar clinicamente se há melhora dos sintomas.

Mas e a população geral, que não apresenta a doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, pode comer glúten? As mais recentes pesquisas científicas em animais e células no laboratório tem mostrado que o glúten apresenta propriedade inflamatória. Em Harvard, pesquisadores liderados Dr. Alessio Fasano (onde trabalhei por alguns anos), demonstraram que os fragmentos do glúten são reconhecidos como um corpo estranho ao organismo e desencadeiam diversas alterações, como por exemplo aumento da permeabilidade intestinal e aumento da produção de substâncias inflamatórias. No entanto, isso ainda não foi comprovado em humanos.



Quais as evidências científicas atuais sobre o glúten?

Em resumo, as evidências científicas mostram que:

  1. Pacientes celíacos precisam excluir o glúten da dieta, inquestionavelmente.

  2. Indivíduos com sensibilidade ao glúten não-celíaca, síndrome do intestino irritável e outras doenças autoimunes podem se beneficiar das dietas com isentas de glúten. Devem ser avaliados individualmente.

  3. Não há indicação para a completa exclusão do glúten para a população em geral. No entanto, baseado em evidências do caráter inflamatório do glúten, a redução do glúten dentro de uma dieta saudável pode ser benéfica.



Existem outros alimentos inflamatórios como o glúten?

Sim! É importante ressaltar que outros diversos alimentos também possuem características inflamatórias: o álcool, o açúcar, a gordura saturada... Portanto, não adianta trocar o glúten por outros alimentos que contenham outros componentes inflamatórios. Para se beneficiar da dieta sem glúten é importante substituir de maneira adequada. Procure a orientação de um nutricionista.


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